Por Giorgio Agamben.
Leia o comentário de Giorgio Agamben a respeito da repercussão deste artigo, em: A crise infindável como instrumento de poder.
Em 1945, Alexandre Kojève, um filósofo que também desempenhava a função de alto funcionário no seio do Estado francês, publicou um ensaio intitulado L’Empire latin [O Império latino], com o subtítulo Esboço de uma doutrina da política francesa. É um memorando dirigido ao general de Gaulle. Este ensaio corresponde de tal a forma à nossa atualidade que é do nosso interesse analisá-lo.
Com uma presciência rara, Kojève defende categoricamente que a Alemanha se tornará num futuro próximo a principal potência econômica europeia e deixará a França ocupar o segundo lugar no seio da Europa Ocidental. Kojève via com lucidez o fim dos Estados-nações que tinham até a data determinado a história da Europa: tal como o Estado moderno veio em resposta ao declínio das…
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